sábado, 7 de abril de 2012

O surgimento do teatro


O teatro – não como espaço físico – existe desde o surgimento do homem. A transformação deste em outra pessoa é uma das formas arquetípicas da expressão humana. A magia do teatro, de uma forma mais ampla, está na capacidade do ser humano de se apresentar ao público sem revelar seu segredo pessoal.

Mas é na Grécia Antiga que surge a concretização do teatro. Tudo começou com as manifestações de agradecimento a Dionísio (Deus do Vinho), que eram celebradas pelas bacantes (devotas de Dionísio). Essas manifestações eram chamadas ditirambo. Esse ritual foi se desenvolvendo até resultar na tragédia e na comédia. Dionísio se tornou o deus do teatro.

          Com o passar do tempo, esses rituais foram se aprimorando. Téspis, o primeiro diretor, introduziu a máscara à encenação para que se pudessem visualizar os sentimentos de tristeza e de alegria. O coro era o mediador entre a plateia e os atores, pois aquele narrava toda a história que estava sendo representada. Téspis é considerado o primeiro ator grego, por ter subido ao palco, em uma das representações, e respondido ao coro, surgindo desta forma o diálogo.

Foi por intermédio das celebrações a Dionísio que surgiu a tragédia. Nesses rituais os participantes bebiam até ficarem embriagados, o que lhes permitia entrar em contato com o deus do vinho.

Os autores trágicos mais conhecidos são: Eurípedes, que iniciou o teatro psicológico do Ocidente; Sófocles, que mostrava o poder dos deuses àqueles que se tornavam rebeldes, submetendo-os ao “sofrimento sem saída”; e Ésquilo, proferindo que o homem não pode fugir do seu destino, é considerado “o pai da tragédia”.

No teatro dramático ou declamado, são essenciais três elementos: o ator, o texto e o público. O fenômeno teatral não se processa sem a conjugação dessa tríade. Faz-se necessário que haja alguém querendo dizer algo (ator), com algo a dizer (texto), para alguém ouvir (público).

Não se pode tratar do texto sem uma referência aos gêneros. Aristóteles apresenta como gêneros básicos, na tradição ocidental, iniciada na Grécia, a tragédia e a comédia. Ambas estão ligadas ao culto dionisíaco.

A comédia, de acordo com a Poética de Aristóteles, se desenvolveu nas cerimônias fálicas. Ela era tida coma a representação de pessoas do povo. Teve em Aristófanes seu representante, que procurou demonstrar que esta podia ser muito mais do que a representação de elementos “inferiores”. Em sua peça denominada Lisistrata, o autor utiliza elementos cômicos, mas discute a situação da guerra entre Atenas e Esparta.

O foco da tragédia é a presença da fatalidade, da dependência humana do arbítrio divino. Essa concepção é contestada pelo fato de que, após o cristianismo, há o livre-arbítrio, incompatível com os postulados da religião grega. Isso fez com que os dramaturgos, atraídos pelo gênero trágico, procurassem deslocar a fatalidade pelo conflito com o meio ou com a sua própria individualidade. 

Dessa forma, a tragédia é vista como uma história relatada em que há um conflito e geralmente termina com um final infeliz. Podem-se citar alguns exemplos de tragédias como: Édipo Rei e Antígona, de Sófocles; Medeia, de Eurípedes; Romeu e Julieta, de William Shakespeare, dentre outros.

Bibliografia:
  • BERTHOLD, Margot. História Mundial do Teatro. 1 ed. São Paulo: Perspectiva, 2001.
  • MAGALDI, Sábato. Iniciação ao Teatro. 2 ed. São Paulo: Ática, 1985. 
  • PEACOCK, Ronald. Formas da Literatura Dramática. Rio de Janeiro: Zahar, 1968.

0 comentários:

Postar um comentário

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More