William Shakespeare

Um dos mais renomados poetas e dramaturgos do mundo, autor de tragédias como Hamlet e Macbeth, comédias como A megera Domada e dramas históricos como Ricardo III

Romeu e Julieta

A trágica história do amor proibido de Romeu e Julieta, os adolescentes apaixonados fadados à morte por causa da antiga rivalidade de suas famílias

As adaptações cinematográficas

Relembre as principais adaptações da peça de William Shakespeare para o cinema, desde a clássica versão de 1936 ao moderno longa-metragem dirigido por Baz Luhrmann

Contexto histórico

Saiba mais sobre o Período Elizabetano, o Renascimento e o contexto de produção das obras de William Shakespeare

Teste seus conhecimentos

Responda às questões e descubra o quanto você sabe sobre Romeu e Julieta, o Gênero Dramático, William Shakespeare e o Período Elizabetano

sábado, 12 de maio de 2012

Teste seus conhecimentos

Responda às perguntas abaixo e teste seus conhecimentos sobre a vida e a obra de William Shakespeare, o contexto histórico da Inglaterra, a peça Romeu e Julieta e o gênero dramático.

1) A palavra tragédia tem origem no termo grego tragos, que significa “bode” – acredita-se que as primeiras representações envolviam rituais com o animal. Da Grécia Antiga à Renascença Inglesa, a dramaturgia tem William Shakespeare como um de seus principais representantes. Qual das alternativas abaixo apresenta somente tragédias escritas por Shakespeare?

a) Sonho de Uma Noite de Verão; A Megera Domada e O Mercador de Veneza
b) Otelo; Hamlet e Édipo Rei
c) Macbeth; Rei Lear e Júlio César
d) Romeu e Julieta; A Tempestade e Antígona
e) Ricardo III; Henrique VI e Rei João

2) Considere as seguintes afirmações sobre William Shakespeare e escolha a alternativa correta: 

I. Há estudiosos que contestam a autoria de obras atribuídas a Shakespeare. 
II. Apesar de ser um dos maiores dramaturgos de todos os tempos, Shakespeare plagiou o trabalho de outros autores. 
III. As rápidas mudanças de cenário e a agilidade da trama conferem um toque cinematográfico às suas peças. 
IV. Shakespeare possuía uma grande habilidade em agradar a todos os públicos

a) Somente as afirmações III e IV estão corretas
b) Somente a afirmação II está incorreta
c) Somente as afirmações II e IV estão corretas
d) Todas as afirmações estão corretas
e) Todas as afirmações estão incorretas

3) Considerando os temas presentes em Romeu e Julieta, assinale verdadeiro (V) ou falso (F) para as seguintes afirmações: 

I. É possível identificar várias oposições na obra, como entre vida e morte, amor e ódio, juventude e velhice, dentre outras 
II. Romeu e Julieta é uma peça essencialmente sobre amor, portanto quaisquer outros temas são irrelevantes 
III. Apesar de possuírem livre-arbítrio, os protagonistas também são controlados pela força do destino 
IV. Ao demonstrar o caráter ambíguo das coisas, a mensagem deixada por Shakespeare é que nada é simplesmente bom ou ruim, mas contém elementos de ambos 
V. Ainda que existam episódios de violência na peça, estes não ocupam um papel decisivo na trama 

A sequência correta é:
a) F,  F,  F,  V,  V
b) V,  F,  V,  V,  V
c) F,  V,  F,  F,  V
d) V,  F,  F,  V,  F
e) V,  F,  V,  V,  F

4) A tragédia Romeu e Julieta recebeu inúmeras adaptações teatrais e cinematográficas no decorrer dos anos. Os filmes homônimos de 1936 e 1968, assim como o longa metragem Romeu + Julieta, lançado em 1996, são as versões mais conhecidas. Leia as afirmações abaixo e escolha a alternativa incorreta:

a) O filme Romeu e Julieta (1936) contava com atores muito mais velhos do que os protagonistas idealizados por Shakespeare
b) A versão de 1968, dirigida por Franco Zeffirelli, tornou-se mais popular do que a sua antecessora de 1936
c) A adaptação de 1996 mudou drasticamente o contexto, a trama e os diálogos da obra original
d) Romeu + Julieta, de Baz Luhrmann, inovou ao trazer a história de Shakespeare para um contexto mais atual
e) Dentre as três películas, somente a de 1936 foi filmada em preto e branco

5) Considere as seguintes afirmações sobre a tragédia Romeu e Julieta e escolha a alternativa correta: 

I. A ordem de entrada das personagens na peça revela a sua própria estrutura social: primeiro surgem os mais nobres e, por último, os criados 
II. As aparições do Príncipe Escalo foram cuidadosamente estruturadas e estão todas relacionadas a atos de violência 
III. A peça está inteiramente formada por versos rimados e apresenta uma linguagem formal e poética, características inerentes à obra de Shakespeare

a) Somente a afirmação II está correta
b) Somente as afirmações I e II estão corretas
c) As afirmações I, II e III estão corretas
d) Somente a afirmação III está correta
e) Somente a afirmação I está correta

6) Leia o texto abaixo sobre William Shakespeare e complete as lacunas: 

William Shakespeare viveu entre 1564 e 1616, portanto em meio à _______________ e grande parte do Período ____________. Começou sua carreira como __________ mas logo ganhou destaque na __________. Escreveu cerca de 36 peças, dentre dramas históricos, comédias e __________. 

A alternativa que apresenta a sequência correta é:
a) Renascença Inglesa, Elisabetano, ator, dramaturgia, tragédias
b) Renascença Inglesa, Jacobino, ator, dramaturgia, tragédias
c) Renascença Inglesa, Elisabetano, dramaturgo, atuação, tragédias
d) Renascença Inglesa, Jacobino, ator, dramaturgia, épicos
e) Renascença Inglesa, Elisabetano, ator, dramaturgia, épicos

7) Escolha a alternativa incorreta em relação às personagens de Romeu e Julieta:

a) Frei Lourenço possui um papel ambíguo: ao mesmo tempo em que tenta ajudar os protagonistas, são suas ações que determinam seus finais trágicos
b) Romeu é responsável apenas pelo assassinato de Tebaldo
c) Enquanto a personagem da Ama contrasta com Julieta, Mercúcio igualmente contrasta com Romeu
d) Tanto Mercúcio quanto Páris são parentes do Príncipe Escalo
e) Não há em Romeu e Julieta um vilão declarado

8) Sobre o período em que viveu William Shakespeare é correto afirmar:

a) Durante o reinado da rainha Elizabeth I, que era católica, sucederam constantes execuções de protestantes, o que lhe rendeu o apelido de Bloody Elizabeth
b) Após a morte da rainha Elizabeth I, a última representante da dinastia Tudor, a Inglaterra tornou-se uma República
c) O Período Elisabetano caracterizou-se, dentre outros aspectos, pela rica produção teatral e contou com nomes como Christopher Marlowe e William Shakespeare
d) O Renascimento na Inglaterra só abrangeu os aspectos cultural e intelectual, pois não houve avanços em relação aos planos econômico, político e social
e) Diferentemente do rei Henrique VIII, a rainha Elizabeth I mostrou-se uma governante permissiva e a sua posição de poder garantiu mais direitos às mulheres na Inglaterra

9) Leia as afirmações abaixo e assinale verdadeiro (V) ou falso (F): 

I. No início da peça, Romeu está apaixonado por Rosalina 
II. A história se passa no decorrer de três semanas 
III. A Senhora Capuleto se opõe ao casamento de Julieta e Páris por considerá-la jovem demais 
IV. Há mais de um episódio de violência envolvendo Montecchios e Capuletos 
V. Romeu mata Páris no final da peça 

A sequência correta é:
a) V,  V,  F,  F,  F
b) F,  F,  F,  V,  V
c) V,  F,  V,  V,  V
d) V,  F,  F,  V,  V
e) F,  F,  V,  V,  V

10) Identifique a alternativa incorreta sobre o surgimento do teatro:

a) A imitação – característica essencial do teatro – existe desde o surgimento do homem: ao imitar outro sujeito, o indivíduo desenvolve novas habilidades
b) Foi na Grécia Antiga que houve uma concretização do teatro, o qual começou com celebrações ao deus Dionísio. A arte era representada por duas máscaras: a máscara da comédia e a máscara da tragédia
c) Não há teatro sem a existência da tríade formada por ator – texto – público.
d) Segundo Aristóteles, uma das características da tragédia é a catarse, ou seja, a purificação da alma provocada pelo drama
e) Enquanto a comédia retratava pessoas do povo, a tragédia costumava trazer nobres e deuses como protagonistas. As obras Édipo Rei e Hamlet são exemplos de comédia e tragédia, respectivamente


Pontuação:
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domingo, 6 de maio de 2012

As adaptações cinematográficas

Romeu e Julieta é, certamente, uma das obras de William Shakespeare mais encenadas em todo o mundo. De simples peças escolares a grandes produções teatrais, a tragédia ainda é celebrada quatro séculos após sua criação.

          Romeu e Julieta (1936)

Como não poderia ser diferente, surgiram várias adaptações cinematográficas sobre os jovens de Verona. Dentre as mais conhecidas, temos o drama Romeo and Juliet (Romeu e Julieta, em português), lançado em 1936. Dirigido por George Cukor, tinha os atores Norma Shearer e Leslie Howard nos papéis dos protagonistas. O filme recebeu quatro indicações ao Oscar: Melhor Filme, Melhor Direção de Arte, Melhor Atriz  (Norma Shearer) e Melhor Ator Coadjuvante (Basil Rathbone). 


Romeu e Julieta (1968)

A versão seguinte contou com atores mais jovens no elenco e, à época e até mesmo nos dias de hoje, tornou-se extremamente popular. Franco Zeffirelli dirigiu a película lançada no ano de 1968, que contava com os atores Olivia Hussey e Leonard Whiting como Julieta Capuleto e Romeu Montecchio, respectivamente. Ganhou dois Oscar (Melhor Figurino e Melhor Fotografia) e três Globos de Ouro: Melhor Filme Estrangeiro em Língua Inglesa, Revelação Masculina (Leonard Whiting) e Revelação Feminina (Olivia Hussey).

Romeu + Julieta (1996)
Em 1996, no entanto, surgiu uma adaptação bastante diferente das anteriores: Romeo + Juliet (Romeu + Julieta, em português). Apesar de manter intactos enredo, personagens e diálogos, o longa-metragem de Baz Luhrmann trouxe a trama à contemporaneidade e mostrou uma Verona recheada de carros, arranha-céus e pistolas. O elenco conta com Leonardo DiCaprio e Claire Danes nos papéis dos protagonistas e Pete Postlethwaite, John Leguizamo e Harold Perrineau Jr como alguns dos atores coadjuvantes.

Você pode assistir a algumas das cenas do filme Romeu + Julieta na parte de "vídeos" do nosso blog.

sábado, 5 de maio de 2012

Romeu e Julieta (Parte 2)

Pintura de Ford Madox Brown (1870)
          Dentre os muitos temas presentes em Romeu e Julieta, pode-se destacar o amor, a violência, as oposições (como juventude X velhice, amor X ódio, livre-arbítrio X destino) e a dualidade das coisas.

          Quando se fala em Romeu e Julieta, a primeira coisa que vem à mente é amor. É importante lembrar que na peça estão demonstradas três formas de amar: a sensual, física, representada na figura da Ama; a por conveniência, retratada por Páris, e a romântica, verdadeira, simbolizada por Romeu e Julieta. Shakespeare também inseriu na sua tragédia uma prática muito comum no período elisabetano, uma convenção amorosa denominada amor cortês. A princípio, Romeu estava apaixonado por Rosalina e, não sendo correspondido, tornou-se avoado e melancólico. No entanto, assim que avista Julieta pela primeira vez, é atingido pelo Deus do Amor e apaixona-se imediatamente.

          O autor igualmente aborda a questão da violência e estrutura cuidadosamente as entradas do Príncipe na história. O Príncipe entra em ação três vezes: na abertura, no meio e no fechamento da peça. Todas as suas aparições são em resposta aos atos de violência, incluindo a briga de rua dos Montecchios e Capuletos (Ato I, Cena 1), as mortes de Mercúcio e Tebaldo (Ato III, Cena 1) e as mortes de Romeu, Julieta e Páris (Ato V, Cena 3). O Príncipe parece a voz de ordem, fazendo o julgamento na caótica sociedade de Verona. Este é, possivelmente, o melhor modelo de comportamento masculino na peça: imparcial e justo, ele também se opõe à violência civil.

          A oposição entre livre-arbítrio e destino pode ser observada logo no Prólogo da obra: no original, a expressão star-crossed lovers demonstra que a sina dos jovens já estava escrita nas estrelas, assim como o verso death-marked love (amor fadado à morte). No entanto, Romeu e Julieta também possuíam livre-arbítrio – a decisão de se casarem partiu de ambos.

          Por fim, Shakespeare destaca a dualidade das coisas. A morte do casal, por mais trágica que tenha sido, transformou Verona e deu fim à rivalidade e ao ódio nutridos por Montecchios e Capuletos. O papel do Frei Lourenço per se também é ambíguo: apesar de sua intenção em ajudar os jovens, foram suas ações que causaram seu sofrimento. Sobre o impacto que a tragédia causa na plateia, Frye (1992) faz uma bela observação:

Uma paixão como a deles, se permanecesse aqui, consumiria rapidamente um mundo de pais severos, de Tebaldos confusos e de amas tolas. Nosso entendimento disso ajuda-nos a conceber a peça como um todo, evitando que sintamos que se trata apenas de dois amantes que se saíram mal. Não é que tenham se saído mal, eles simplesmente saíram... Aliás, o amor deles sempre esteve fora deste mundo (FRYE, 1992, p.49).

Bibliografia:
  • JACOBSON, Karin. CliffsComplete Shakespeare's Romeo and Juliet. New York: Hungry Minds, 2000.
  • FRYE, Northrop. org. Robert Sandler. tradução e notas Simone Lopes de Mello. Sobre Shakespeare. São Paulo: Edusp, 1992.

domingo, 29 de abril de 2012

Romeu e Julieta (Parte 1)


Romeu e Julieta, de Frank Dickse (1884)
        Símbolo do amor impossível, Romeu e Julieta é uma das mais famosas tragédias de William Shakespeare. Acredita-se que foi escrita por volta de 1594 e 1596 – a data precisa não é conhecida – portanto em meio à Renascença Inglesa e ao governo da rainha Elizabeth I. Embora a peça tenha se tornado popular na época em que Shakespeare a escreveu, a primeira performance registrada da tragédia data de 1 de março de 1662.

          A principal fonte de Shakespeare foi o poema The Tragical History of Romeus And Juliet, de Arthur Brooke, publicado na Inglaterra em 1562. Este, por sua vez, é a tradução de uma versão francesa do conto escrito por Pierre Boaistuau (1559), cuja versão já era uma adaptação de Bandello (1554). Contudo, a história do amor proibido de dois jovens é muito mais antiga. Frye (1992) observa que há milhares de anos essa temática já estava presente em mitos antigos, e até mesmo Ovídio, que viveu à época de Cristo, já contava histórias de amores trágicos.
         
          É interessante ressaltar as variações que foram feitas por Shakespeare na história de Brooke. No texto original, a história acontecia em nove meses e foi condensada em cinco dias. Romeu e Julieta se conhecem num domingo, casam-se na segunda-feira e morrem na sexta-feira. A razão pela qual o escritor fez essa mudança foi para enfatizar a rápida passagem do tempo, adicionando intensidade ao drama. Shakespeare também diminuiu a idade de Julieta de 16 para 13 anos, com o objetivo de enfatizar sua juventude.

          O autor também aumentou a importância de personagens secundárias, como a Ama e Mercúcio, deixando suas personalidades mais vívidas. Enquanto Mercúcio, espirituoso e agressivo, contrasta com Romeu, sonhador e pacífico, a Ama também opõe-se a Julieta: esta é leve e poética, aquela é grosseira e vulgar.

          Um dos motivos que a fizeram popular em sua época se deve ao êxito em satisfazer a todos os públicos: a linguagem vulgar e repleta de humor dos criados, assim como as cenas de ação, agradavam às classes mais baixas da população, ao passo que os diálogos ricos e as cenas de amor deleitavam a nobreza. De acordo com Frye (1992), a própria ordem em que entram as personagens remonta a estrutura social da peça: primeiro surgem os criados, seguidos de Benvólio e Tebaldo, então os patriarcas Montecchio e Capuleto e finalmente o Príncipe.

          Aspectos da história da Inglaterra estão visivelmente retratados na peça: a antiga rivalidade entre Montecchios e Capuletos, duas poderosas famílias de Verona, remete ao conflito entre Yorks e Lancasters, que gerou a guerra civil conhecida como A Guerra das Duas Rosas. Dessa forma, Shakespeare conseguiu agradar a rainha Elizabeth I, última representante da dinastia Tudor, ao demonstrar os efeitos trágicos da rivalidade entre as famílias.

Quer ler trechos da obra? Clique nos links a seguir:

Prólogo:
Em Português / Em Inglês

Ato I, Cena V:
Em Português / Em Inglês

Ato II, Cena II:
Em Português / Em Inglês

Ato III, Cena I:
Em Português / Em Inglês

Bibliografia:

  • JACOBSON, Karin. CliffsComplete Shakespeare's Romeo and Juliet. New York: Hungry Minds, 2000.
  • FRYE, Northrop. org. Robert Sandler. tradução e notas Simone Lopes de Mello. Sobre Shakespeare. São Paulo: Edusp, 1992.

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