O teatro – não como espaço
físico – existe desde o surgimento do homem. A transformação deste em outra
pessoa é uma das formas arquetípicas da expressão humana. A magia do teatro, de
uma forma mais ampla, está na capacidade do ser humano de se apresentar ao
público sem revelar seu segredo pessoal.
Mas é na Grécia Antiga que
surge a concretização do teatro. Tudo começou com as manifestações de
agradecimento a Dionísio (Deus do Vinho), que eram celebradas pelas bacantes
(devotas de Dionísio). Essas manifestações eram chamadas ditirambo. Esse ritual foi se desenvolvendo até resultar na
tragédia e na comédia. Dionísio se tornou o deus do teatro.
Com o passar do tempo, esses rituais
foram se aprimorando. Téspis, o primeiro diretor, introduziu a máscara à
encenação para que se pudessem visualizar os sentimentos de tristeza e de
alegria. O coro era o mediador entre a plateia e os atores, pois aquele narrava
toda a história que estava sendo representada. Téspis é considerado o primeiro
ator grego, por ter subido ao palco, em uma das representações, e respondido ao
coro, surgindo desta forma o diálogo.
Foi por intermédio das
celebrações a Dionísio que surgiu a tragédia. Nesses rituais os participantes
bebiam até ficarem embriagados, o que lhes permitia entrar em contato com o
deus do vinho.
Os autores trágicos mais
conhecidos são: Eurípedes, que iniciou o teatro psicológico do Ocidente;
Sófocles, que mostrava o poder dos deuses àqueles que se tornavam rebeldes, submetendo-os
ao “sofrimento sem saída”; e Ésquilo, proferindo que o homem não pode fugir do
seu destino, é considerado “o pai da tragédia”.
No teatro dramático ou
declamado, são essenciais três elementos: o ator, o texto e o público. O
fenômeno teatral não se processa sem a conjugação dessa tríade. Faz-se
necessário que haja alguém querendo dizer algo (ator), com algo a dizer (texto),
para alguém ouvir (público).
Não se pode tratar do texto
sem uma referência aos gêneros. Aristóteles apresenta como gêneros básicos, na
tradição ocidental, iniciada na Grécia, a tragédia e a comédia. Ambas estão
ligadas ao culto dionisíaco.
A comédia, de acordo com a Poética de Aristóteles, se desenvolveu
nas cerimônias fálicas. Ela era tida coma a representação de pessoas do povo. Teve
em Aristófanes seu representante, que procurou demonstrar que esta podia ser
muito mais do que a representação de elementos “inferiores”. Em sua peça
denominada Lisistrata, o autor
utiliza elementos cômicos, mas discute a situação da guerra entre Atenas e
Esparta.
O foco da tragédia é a
presença da fatalidade, da dependência humana do arbítrio divino. Essa
concepção é contestada pelo fato de que, após o cristianismo, há o livre-arbítrio,
incompatível com os postulados da religião grega. Isso fez com que os dramaturgos,
atraídos pelo gênero trágico, procurassem deslocar a fatalidade pelo conflito
com o meio ou com a sua própria individualidade.
Dessa forma, a tragédia é
vista como uma história relatada em que há um conflito e geralmente termina com
um final infeliz. Podem-se citar alguns exemplos de tragédias como: Édipo Rei e Antígona, de Sófocles; Medeia, de Eurípedes; Romeu e Julieta, de William Shakespeare, dentre
outros.
Bibliografia:
- BERTHOLD, Margot. História Mundial do Teatro. 1 ed. São Paulo: Perspectiva, 2001.
- MAGALDI, Sábato. Iniciação ao Teatro. 2 ed. São Paulo: Ática, 1985.
- PEACOCK, Ronald. Formas da Literatura Dramática. Rio de Janeiro: Zahar, 1968.
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